terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Por Welton Esquizopoeta - NASCEU PARA SER PUTA


Na tepidez de nuanças de um corpo marcado pelas chagas do amor de vidas remotas, em risadas tresloucadas, em molejos magníficos de persuasões belamente demoníacas, puta graciosa de intenções manifestas esvai os olhares de babacas performáticos.

Treme, trepa, contorce-se. Arrepia as ínfimas fibras da coisa licenciosa. Envolve-se acurada no jorro de porra, de merda. Mulher tosca e adorável. Mete, cavalga, chupa, arranha. Cospe naquilo que quer. Nasceu para ser puta! Virtude de vadia esplêndida. Desejo de todo homem vulgar como eu, como todos em verdade! Reza, se empenha, mastiga, regurgita. Vômitos afloram a face graciosa e podre. Sussurros, gritos, tapas. Se esvai, se esgota nas matizes do corpo que ressoa fadiga, o enleio morno, ardente, gélido! Desgraçada amável! Concupiscente fala! Discursos esdrúxulos da sapiência do sexo.

Toques, piras, sandices, rituais maledicentes da pudicícia, da decência, da honestidade. Puro discurso é o seu corpo. Carne que se faz viva pelas falas, signos que a atravessam. Conformações nítidas desse devir-puta, desse devir-mulher-muito-gostosa. Será sempre afronta, falha, engano, processo, fantasia! Sempre será o que eu quero. Gozo, licenciosidade, lascívia. Falaz timidez que me fascina num jogo sacana que me enleia num voraz vórtice arredio da inexiquibilidade do desejo.

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