sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"O Grande Irmão está a observar-te"

Por Guilherme Silva:

" A humanidade adquiriu uma liberdade incrível nas últimas décadas. A comunicação explodiu. Hoje em dia falamos com uma pessoa do outro lado do mundo enquanto escutamos uma playlist composta de bandas desconhecidas de outro canto mais distante ainda, lendo notícias selecionadas, provenientes de diversos meios e pontos de vista, construindo assim um cenário mais fiel dos acontecimentos. Revoluções se erguem através de redes sociais e derrubam ditadores sanguinários. Grandes corporações se viram muito mais obrigadas que antes a respeitar os anseios do consumidor.

Eu acho que mesmo com toda a porcaria que circula pela internet, o usuário tem acesso a muita informação, inclusive sigilosa. É óbvio que não se tratam meramente de direitos autorais, mas de controle e cerceamento dessa informação que ameaça os mal intencionados. O mundo definitivamente hoje é Cyberpunk."
 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

BIBLIOTECA E SEUS EFEITOS - CULTURA E CIDADANIA - PARTE II

Conforme a lei nº 10. 753, que institui uma política nacional do livro.

Capítulo V - DISPOSIÇÕES GERAIS

        Art. 16. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios consignarão, em seus respectivos orçamentos, verbas às bibliotecas para sua manutenção e aquisição de livros.

LOGO EU ME PERGUNTO: QUAL É O DESTINO DESSA VERBA NO MUNÍCIPIO DE CARIACICA? NÃO CREIO QUE SEJA DESTINADO PARA A AMPLIAÇÃO DE CENTROS DE SABER E CULTURA, COMO BIBLIOTECAS. POR EXEMPLO, A BIBLIOTECA DE CARIACICA.

EIS UMAS DE SUAS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS:

UMA BIBLIOTECA COM DOZE FUNCIONÁRIOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE LIMITAÇÕES FÍSICAS REDUZIDAS.

LIVROS ANTIGOS, ALGUNS SUJOS, SENDO QUE BOA PARTE ORIUNDA DE DOAÇÃO

INFRAESTRUTURA FÍSICA DEFICIENTE, DEFASADA.



REPITO: QUAL É O DESTINO DESSA VERBA QUE DEVERIA FOMENTAR TÃO SOMENTE A DEMOCRATIZAÇÃO DE ACESSO À CULTURA, À LEITURA?

Descaso com a cultura - Um país sem memória - BIBLIOTECAS E SEUS EFEITO - Cultura, cidadania, ETC


Gostaria de chamar a atenção de todos, pois o que irei lhes propor é de interesse coletivo, mas antes irei fundamentar o que irei lhes dizer.

Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer- SEMCEL
Essa secretaria tem como missão fomentar a cultura no munícipio de Cariacica e uma de suas responsabilidades é de bem administrar e de disponibilizar à população o que é um instrumento de acesso ao saber e à cultura em geral - BIBLIOTECAS.
INFELIZMENTE não é isso o que ocorre. O município possui apenas duas bibliotecas, sendo que uma delas está desativada e a outra em funcionamento, não obstante o estado precário que se encontra. Esta se localiza no antigo predio onde funcionava a sede da prefeitura de Cariacica, situada na sede desta cidade. Apesar de ser um patrimônio histórico, o edifício se encontra em estado de abandono. Boa parte dos livros - e me arrisco a dizer que todos - são oriundos de doações. Logo não há investimentos para a conservação da infraestrutura do prédio e para aquisição de novos livros, de maneira que o acervo disponibilizado pudesse satisfazer os mínimos requisitos para uma concepção de uma razoável biblioteca, isto é, temas e áreas de saber diversificados para a população local. Não quero me basear na minha insatisfação apenas, mas no que a lei diz, como por exemplo, a lei nº 10. 753, que institui uma política nacional do livro. Podemos citar algumas de suas diretrizes, dentro de sua redação, tais como:

"I - assegurar ao cidadão o pleno exercício do direito de acesso e uso do livro";

"II - o livro é o meio principal e insubstituível da difusão da cultura e transmissão do conhecimento, do fomento à pesquisa social e científica, da conservação do patrimônio nacional, da transformação e aperfeiçoamento social e da melhoria da qualidade de vida;"

"V - promover e incentivar o hábito da leitura;"

"IX - capacitar a população para o uso do livro como fator fundamental para seu progresso econômico, político, social e promover a justa distribuição do saber e da renda;"

 "X - instalar e ampliar no País livrarias, bibliotecas e pontos de venda de livro;"

Capítulo V - DISPOSIÇÕES GERAIS

        Art. 16. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios consignarão, em seus respectivos orçamentos, verbas às bibliotecas para sua manutenção e aquisição de livros.


Acredito que não seja um problema exclusivo de Cariacica, mas uma triste realidade de nosso país. Gostaria que todos refletissem sobre essa problemática, sobre essa penosa questão que muito me aflige.

Nenhuma boa ação sai impune

Isso é somente um breve desabafo. Espero não estar ofendendo, de forma alguma, nenhum dos envolvidos.

A noite corria bem até o bastardo aparecer. Um encontrão, ofensas e um visível desejo por sangue. Nos negamos a dar o nosso. Tentamos seguir. Não era possível. Não aquela hora. Não naquele estado. Não com aquele bastardo que exalava cocaína a cada contorcer de face e bravatas. Tinha o dobro do meu tamanho. Tinha uma arma, mas não estava armado. Meu irmão ao meu lado caíra. Os outros demoravam para voltar. Encontraram uma discussão correndo. Empurrei o bastardo. Falei p/ ele puxar a arma na hora ou sair. Falei que só queríamos ir embora. Mordi e assoprei. Demonstrar medo seria mostrar minha óbvia indisposição para uma briga. Qualquer palavra em falso seria uma fagulha naquele barril de pólvora. Os outros chegam. Falo com a dona do bar. Pago a conta com dinheiro que não é meu. Matamos a cerveja-desculpa p/ meu compa ter parado e sentado no bar. Não conseguia andar sozinho. Demonstrar isso seria mostrar que eu estava sozinho num quebra. Consciente ou não. Levanto-o e continuamos nosso caminho. Fiz meu melhor, esperava o apoio de meus irmãos. Todos os dedos se voltam contra mim. Ofensas são proferidas. Cada um segue seu caminho. Eu não tenho caminho a  seguir, então vagueio.
As horas rastejam embaixo do Sol escaldante. Passo na casa dum compa. Fumo um baseado que não é meu. Tomo uma dosagem perigosamente exagerada de anti-siolíticos. Cochilo por três horas. Acordo ainda sem acreditar. Pedir mais que um leito seria demais. Mesmo na merda, ainda me recebeu bem. Ele também precisaria descansar. Bom camarada.
Segui. O Sol está no topo do Céu. A última coisa que comi foi há mais de 24 horas. Encontro por sorte outro compa. Fumo dois cigarros e pego um troco emprestado. Estava de serviço, não iria atrapalhá-lo. Minha companhia em si já não era da melhor.
Segui à casa de outro. Estava com família. Um bom prato de comida, a hospitalidade habitual. Todos vêem meu estado. Ninguém me faz pergunta. Ninguém me trata mal. Repetem que estava em casa a cada fim de conversa. Ajudo a varrer meu lar temporário. Fumo meio maço de cigarro e tomo três latões de cerveja ruim com meu camarada. Voltamos. A depressão bate pesado. Relembro a noite anterior. Cada palavra, cada ato.
Nos juntamos à um terceiro. Não tinha mais dignidade nem p/ me negar a pedir p/ bebermos todo o dinheiro dele. Ainda assim era um compa. Não faz perguntas. Sabe que a noite foi tensa e o dia pesado. Bebemos. Bem, mas não o suficiente. Nem toda a bebida do mundo seria. Peço cigarros a transeuntes que me dão tragos de mal grado e fazem questão de demonstrar isso. Minha cabeça está baixa demais até para negar.
Os dois seguem seu caminho. Ainda incomodo a família do primeiro mendigando mais um pouco de um lar emprestado. Me recebem bem. Sem perguntas. Sem sermões.
Me despeço quando vejo todos vão dormir. Sigo sozinho a meu acampamento. Fumo mais um cigarro mendigado no caminho. Assimilo que o que ocorreu na noite anterior foi real. Estou terrivelmente sóbrio o suficiente para refletir bem.
Me amaldiçoo por ter me esquecido o que aprendi a duras penas. Nenhuma boa ação sai impune nesse mundo. E tudo é descartável. Você em especial.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O Terror Voltou

Enfiem os plugs diretamente no cérebro, ultrapaçando os tímpanos. Assistam as highlights de Prince Naseem Hamed. Ligue o som no último volume, deixe os graves ressoarem pelo seu crânio enquanto ouve gabber. Sem isso a poesia fica incompleta:

http://www.youtube.com/watch?v=S11z5uRTTqM&feature=related

Mr. Hyde

Mr Hyde sobe no ringue numa pirueta. O ódio incontido, incondicional explode em 1200 BPMs de rufar marcial, ruídos eletrônicos, guitarras distorcidas e explosões de bate estaca. O escarro de alcatrão, as talagadas de pinga, tequila e martinhaque. A marcha procede, distorcendo a realidade no olhar diabólico de Prince Naz. Pernas se trocam, jebs voam. O Wall of Death se fecha com duas muralhas de brutamontes nazistas furiosos explodindo em marretadas de punhos cerrados e mandíbulas deslocadas. O inimigo É real. A realidade é inimiga. Mais um trago. Pressão 15 por 12. O carro voa pela cidade noturna. Algo gargalha na chuva. Eu não. Mais alguns minutos e explodirei. Dr. Jeckyl tropeça, desaba, cai de joelhos. Lona. Mais uma overdose. Mais depressores. Mais um trago, mais uma noite. Acostume-se, o terror voltou.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Procrastinando a Existência

O descaso e o cansaço me deram muito mais que um lindo véu de poeira acima de meus escritos e meus velhos boots de guerras. Meu semblante foi moldado, à duras penas, a tal fôrma inquisitora e repulsiva. A paixão de meus olhos não é um milésimo do que um dia foi, e também não é um milésimo do que restou se debatendo enfurecida, encarcerada dentro de meu peito. Desconfio do silêncio. Desconfio de tetos não cadêntes em gesso e maquitas e britadeiras desligadas. Desconfio de poeira assentada. Sinto falta de gargalhadas entre café quente e forte num Sol de 40 graus e um ambiente de trabalho fechado. Sinto falta da lealdade não dita e de todos os desgostos ditos e resolvidos prontamente. RUDES! Mas homens com sangue espesso e modos simples.

Agora me resta do descaso e apatia. E um véu de poeira entre eu e meus escritos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Véu


Véu

Sob o véu branco nebuloso, desejos impronunciáveis se contorcem em mentes efusivamente silenciosas. Abaixo do mesmo Céu. Acima do mesmo Asfalto. Os mesmos desejos. Os mesmos olhares ensaiam um encontro. Mas se abaixam cabeças e seguem, quietos e desconfiados. E temerosos de qualquer “boa tarde”.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Sonhos...

Porquê a Sagrada Salvia e o Espírito do Peyote vivem agora presos em cartelas e drágeas. Mas, ainda há uns poucos Últimos Humanos capazes de ouvirem e libertá-los!


Éter

Sonhos de afagos e caos. De rancores e traições. Sonhos tranquilos e invisíveis. Sonhos etílicos e psicotrópicos. Sonhos apaixonados, sonhos de Damas Santas. Dançantes fantasmas Angelicais a me levarem em seus rodopios. Sonhos duros como concreto, etéreos como a Morte de Antes de nascermos. Sonhos de lugares em que nunca estive e conversas que ainda terei. Sonhos de quilômetros de ruínas asfaltadas cobertas pela areia. Sonhos dum passado longínquo predizendo um futuro igualmente selvático. Não sou eu que escolho meus sonhos. São meus sonhos que me escolhem. E minha língua por vezes fala verdades que desconheço.

Pranto a Tengri

Sim! Zen-lunáticos e Islam-punks também adoram o Grande Eterno Céu Azul!!!



Pranto à Tengri

Ouça a Sagrada Música que ressoa pelo Grande e Eterno Céu Azul
Quando rugem os trovões, quando cantam as aves de rapina
Quando sopra o Vento Sul, quando dança com o Nordeste
Quando as águas do Grande Mar se batem contra as pedras
Como frenéticos cavalos sacrificados a própria Morte
Ouçam os profetas do Asfalto, eles sempre dizem palavras sábias
Apesar de não saberem sempre o que dizem.
Ouça o rufar de tambores dentro de seu peito.
Ouça, e quando apreender a ouvir, você também cantará,
Pela honra de seus mortos, sempre vivos a cada brinde!
E pelo seu recém-desperto, sangue vivo e espeço, correndo em suas veias!

Ouça e cantará! Por aqueles que te guiaram e por aqueles que tu guias.
Mas acima de tudo, cantará para o Grande e Eterno Céu Azul!