sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Por Welton Esquizopoeta - NASCEU PARA SER PUTA

Na tepidez de nuanças de um corpo marcado pelas chagas do amor de vidas remotas, em risadas tresloucadas, em molejos magníficos de persuasões belamente demoníacas, puta graciosa de intenções manifestas esvai os olhares de babacas performáticos.

Treme, trepa, contorce-se. Arrepia as ínfimas fibras da coisa licenciosa. Envolve-se acurada no jorro de porra, de merda. Mulher tosca e adorável. Mete, cavalga, chupa, arranha. Cospe naquilo que quer. Nasceu para ser puta! Virtude de vadia esplêndida. Desejo de todo homem vulgar como eu, como todos em verdade! Reza, se empenha, mastiga, regurgita. Vômitos afloram a face graciosa e podre. Sussurros, gritos, tapas. Se esvai, se esgota nas matizes do corpo que ressoa fadiga, o enleio morno, ardente, gélido! Desgraçada amável! Concupiscente fala! Discursos esdrúxulos da sapiência do sexo.

Toques, piras, sandices, rituais maledicentes da pudicícia, da decência, da honestidade. Puro discurso é o seu corpo. Carne que se faz viva pelas falas, signos que a atravessam. Conformações nítidas desse devir-puta, desse devir-mulher-muito-gostosa. Será sempre afronta, falha, engano, processo, fantasia! Sempre será o que eu quero. Gozo, licenciosidade, lascívia. Falaz timidez que me fascina num jogo sacana que me enleia num voraz vórtice arredio da inexiquibilidade do desejo.

Por Welton Esquizopoeta - ANTES UM PALHAÇO A UM POETA




Eis o proscênio à sua espera. Palco reticente, cínico. Tribuna de poucos parvos que se lançam como inventores, como deuses a rabiscarem novas constelações, a cuspirem novos rearranjos. Todavia se enganam, já que nada são, senão IDIOTAS de uma corte que em salvas os elevam em sua estupidez, em sua pertinaz toleima. Cenário que de suas feridas expele pus e escárnio para o poeta que à distância espreita o picadeiro que clama por um palhaço, por um clown de versos prazerosos e espirituosos.
Eis a cena que se faz pronta: Vozes que clamam pela escatologia de suas palavras, pelo corpo poético pecaminoso e purulento, pela sandice de seus meneios sonoros e pelas cutucadas na seriedade de estelas que se desmancham a cada saracoteio de sua boca.
Eis imóvel e indiferente a todos, com o seu cigarro aos lábios babados pelo tédio e pelas mesmices de afetações de cadáveres previsíveis. Toma a tragos largos sua birita vagabunda e cortinas de tabaco ralo se esvoaçam ao vazio abarrotado de palavras e sujeitos marrentos e virulentos. Suas pernas dormentes, arrebatadas ao abismo infindo, insone, tragadas em via de cristalização de seu pandemônio renitente, sua poiesis que adormece, sua potência esquizo que se esquiva diante do ambiente mórbido que o estreita em censura crescente.
Eis seu silêncio. “Antes um palhaço a um poeta?!” Titubeia como folha seca sem vida a bailar em molejos rígidos e ritmados pelo vento seco e insensível que a move, que lhe insinua discursos e coragem.
Eis o bobo que se revigora, que se ergue como artesão do riso, como meretriz que se abre em gargalhadas, pois a platéia exige o seu palhaço, o artífice de pilhérias e macaquices. Então acenda seu cigarro, clown ordinário! Recite sua poética, sua fabrica de chacotas!
Eis um palhaço, eis um clown, pois antes um parvo a sensibilidade íntima de um indecifrável artista.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

2011

Ando com a cabeça baixa, olhar desconfiado e os punhos sempre cerrados, para quando a Vida me encontrar sozinho - essa criatura vil, sempre a espreitar - me encontrar com a guarda armada, preparado para um revide. Mesmo tendo a certeza de que terminarei no chão, após um bom gancho na boca do estômago e alguns cruzados que sempre sacodem o cerebelo, nunca abaixarei a guarda. E quando cair, caio lutando. E levanto. E sigo, com a cabeça baixa, olhar desconfiado e os punhos cerrados.

Aleijões Pós-Modernos


Aleijões pós-modernos.

Orgãos frágeis se amontoam em restos de corpos adocicados que um dia deveriam ser homens e mulheres com sangue - onde agora corre somente soro ligeiramente ferruginoso. Transitam como manadas de gado que se entrecruzam, indo e vindo assustados. Me evitam, me olham com estranhamento e horror. Minhas cicatrizes mostram onde estive, minhas escoriações provam meus feitos. Meus breves aleijões espontâneos, eternamente repetidos, me distingüe. Para bem ou para mal, pouco importa! Nenhum tabu pós-moderno irá me docilizar. Nenhum sofrimento alheio é suficiente para me dobrar. Nenhuma mágoa contém minhas explosões e rompantes furiosamente maníacos. Manco hoje, escouceio amanhã novamente. E novamente e novamente e novamente...

domingo, 25 de dezembro de 2011

Agressões Amistosas

Dia parado, mas produtivo! Anteontem consegui a proeza de detonar meu ombro esquerdo, meu tornozelo e joelho direito. O bagulho foi feio, mas a carraspana foi boa eme deram um Natal produtivo. Cumprindo o prometido, segue aí uma das quatro poesias (e um conto, p/ meu pretenso futuro livro de contos "Nascidos para suor & sangue".):

Agressões Amistosas

Vizinhos atentos horrorizados, sirenes ligadas, guardas zombeteiros, passantes rindo ocultos em passos curtos e rápidos, fingindo não nos ver quando os encaramos.
Eles dizem que fariam melhor. Dizem ser desnecessário provar.
Elas dizem que somos trogloditas. Dizem ser desnecessária violência.
Todos desaprovam.

Nós gargalhamos enquanto trocamos socos e chutes.
Engasgando com nosso próprio sangue.
Mas eles se afogam com sua auto-repressão.
E a noite segue em amistosas agressões.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sobre Saturnália, Mithras, Cristo, Wotan, Saint Nicholaus e Coca-Cola. Um breve textículo natalino.

Momento Grunf:

Junte uma orgia p/ um cara que envenenou o próprio pai, fez ele vomitar os irmãos e arrancou os bagos do velho depois de juntarem todo mundo p/ cepar a porrada nele com a homenagem ao fato de terem destroçados o um cara que é o próprio Sol, representado por um bixo corno mandando ele próprio a terra p/ ser destroçado, enquanto podia ter ficado no seu Reino tranqüilo. Junte a isso celebração do aniversário dum carpinteiro hippie judeu que não nasceu nesse dia, mas que ficou assim porque o império que resolveu matá-lo resolveu pouco depois torná-lo único representante de Deus na terra e continuar matando e saqueando. Junte ainda a isso um inverno infernal - que a gente nunca vai ver, a não ser os que forem fazer uma expedição ártica, ou resolverem ir a Noruega e sair de casa usando somente peles indo p/ o meio do nada (se alguém pretende fazer isso, faça e não deixe filhos no mundo. Estará ajudando Darwin a ter reconhecimento) - com um bando de branquelo botando cenouras do lado de fora da janela p/ um cavalo voador de oito patas e um cara caolho que construiu um palácio de ouro e que o entreterimento dele p/ os que são "dignos" é continuar lutando as guerras que os mataram por toda eternidade até o dia que um lobo gigante vai se soltar de quatro coisas inuteis e uma cobra vai morder o próprio rabo. Coloque ainda um santo gordo reinventado e travestido de pedófilo com as cores da coca cola num trono de shopping center. Arremate com um peru e a porra dum pinheiro.

Agora entendem porquê eu prefiro só encher a cara e curtir as luzinhas coloridas?
Feliz Natal a todos!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Por Welton Esquizopoeta - NASCEU PARA SER PUTA


Na tepidez de nuanças de um corpo marcado pelas chagas do amor de vidas remotas, em risadas tresloucadas, em molejos magníficos de persuasões belamente demoníacas, puta graciosa de intenções manifestas esvai os olhares de babacas performáticos.

Treme, trepa, contorce-se. Arrepia as ínfimas fibras da coisa licenciosa. Envolve-se acurada no jorro de porra, de merda. Mulher tosca e adorável. Mete, cavalga, chupa, arranha. Cospe naquilo que quer. Nasceu para ser puta! Virtude de vadia esplêndida. Desejo de todo homem vulgar como eu, como todos em verdade! Reza, se empenha, mastiga, regurgita. Vômitos afloram a face graciosa e podre. Sussurros, gritos, tapas. Se esvai, se esgota nas matizes do corpo que ressoa fadiga, o enleio morno, ardente, gélido! Desgraçada amável! Concupiscente fala! Discursos esdrúxulos da sapiência do sexo.

Toques, piras, sandices, rituais maledicentes da pudicícia, da decência, da honestidade. Puro discurso é o seu corpo. Carne que se faz viva pelas falas, signos que a atravessam. Conformações nítidas desse devir-puta, desse devir-mulher-muito-gostosa. Será sempre afronta, falha, engano, processo, fantasia! Sempre será o que eu quero. Gozo, licenciosidade, lascívia. Falaz timidez que me fascina num jogo sacana que me enleia num voraz vórtice arredio da inexiquibilidade do desejo.

Por Welton Esquizopoeta: ESPERA


Incertezas, solidão, reflexos... Silhuetas frágeis rabiscadas no horizonte turbulento, tresloucado. Lágrimas frouxas, insossas, rasgos, rançosos defuntos, sangue que se perde com as novas descobertas. Carcaça, vendavais, cadáveres ao ar. Possibilidades soltas, gritos, crises, espantos, palores, rupturas abismais, pélagos de vontade de tornar-se meio torto, meio escroto... Caleidoscópios, figuras pálidas, mortas, excentricamente vibrantes! Balbucios, associações incoerentes, forasteiros medonhos que invadem o sossego, o conforto... Pusilânimes, troços de merda! Putas desprezíveis! Realidades estranhas, confusas, ilusões! Bailarinos, troças que perambulam como sombras, palhaços da corte do Diabo! Sufocamento, estreitamento, corpo-inconsciente, reflexões que falham, apenas fissuras, seulement gaps. Cenhos tensos, olhares carcomidos, animosidade radiante!

Pira vacilante, efeitos soturnos da noite
A derradeira face de todos nós
Putrificação
À ESPERA DE ALGO NOVO!

Por Welton Esquizopoeta: PASSOS CAMBALEANTES

Passos cambaleantes, introspectivos, vozes que se lançam num átrio obscuro, aterrador... Silêncio das salas, faces que se desmancham perante a dúvida... Ecos de ansiedade que ressoam em rigidez corpórea, em música monótona, paralisante, sem sal... Receios dos caminhos que se percorrem, que se tocam, que se perdem... Palavras mal postas, mal pensadas. Lábios frouxos, língua pesada... Fala agarrada, temerosa, auto-estima de putinha que se vitimiza...  Corpo travado! Mil elementos que se desgarram, que se lançam em Vazios, em perfis voláteis, vapores que subjazem sob tapetes... Horizonte em brumas, tropeços, olhos que nada apalpam, tombos de olhares que se chocam, que se espalham em balbúrdias, pandemônios de idéias que se esvaem entre falácias, caprichos...  

Por Welton Esquizopoeta: VOMITO

Carraspanas, sandices, indômitos e indômitas! Todos e todas, aproximem-se deste proscênio hediondo onde artistas horripilantemente esplêndidos gozam suas estripolias com contorções de corpos magnificentes! Exultantes formas de seus abraços, beiços na tangente nojenta de suas lascívias malditas. Bocas que compartilham o vômito da vida alheia, mesquinhos adoráveis, putas com artimanhas, prosmícuos escrotos, grandes merdas, espíritos que de mim exalam composição fétida, pútrida! Mais uma vez na porta de um banheiro qualquer, no vaso, tantas bostas de tantos cus, mais uma vez, vômitos, vômitos, apenas brejas e tira-gostos nada saudáveis. Tantos bebados... Rotinas... Então, pro próximo bar e quem sabe  desilusão,  alucinações, delírios... Mais vômitos, astenia do espírito... Desalento, lamúrias, martírio! Ébrio tresloucado a seguir a sua sina, nada mais, apenas resquícios  que se misturam na privada de uma água podre, infecta, o rosto refletido no espelho meio mijo, meio merda, meio vômito... Histórias vagabundas, dissabores, deleites, tudo absurdamente confuso! Fragmenta-se o pensamento no alimento mal digesto e a merda pela metade, metáfora da estética de um esquizofrênico.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Chamada de fim de ano

Como eu ando muito vagabundo para escrever por aqui, agora as combustões espontâneas contarão com mais dois colaboradores. Espero não ter que, em breve, mudar p/ "Conteúdo adulto". Ou não. O que sair saiu. Dêem as boas vindas aos dois novos comparsas!