Inaugurando meu retorno aos rabiscos:
Inspiro o encontro oportuno
De dois universos
Excentricamente espelhados
Eu, perdido em minha carência
De apático homem lunático
Ela, firme em sua segurança
Em perfeita incompletude de guria
Que a cada prosa me inspira.
Em 10/10/2013; 00:28 hs
Combustões Espontâneas
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Correria dominical na areia.
Mais um domingo, mais correria. E tudo fluía bem, entre talagadas de pinga, baseados alheios e minha boa e velha Itaipava. Furto de conchas e caçadas de marias da areia. Uma pá de mineiros, cigarros e boa prosa, p/ refrescar memórias. E atualizar situações urbanas. Tanto eu daqui, quando eles dali. Conversa vai, conversa vêm, os humores já estavam etilicamente melhores. Dos cinco três sumiram. Conversa vai, conversa vêm. Dois mais surgem. Uma talagada de pinga e eles já sumira. Mais outra talagada e a cena muda. Oito figuras surgem das sombras, cama de gato armada. Três lutadores p/ oito, a guria corre. O guerreiro vai logo depois. Dois fios, dois bulldogs. Proporção de quatro prá dois. Em menos de cinco segundos. Levanta no susto. A treta não era minha, ou ao menos não era comigo. Me mantive de pé. Dois fios, dois bulldogs. Briga de pau e pedra, tiro e faca. Correria na praia. Saída de maria da areia. Fiz minha brecha. Meti o pé. E voltei a minha boa e velha Itaipava.
domingo, 21 de abril de 2013
Youri
Vitória tem se tornado cada dia mais uma cidade em
crescimento com os habitantes ainda com pensamento provinciano. Tem sido raras
as noites que consigo encontrar algum eremita iluminado da pista e passar uma
noite semi-boêmia que seja proseando sobre o mundo e nossas rotas. Hoje foi um
desses casos. Que Allah seja louvado por ter conhecido Yuri.
Meu fim de expediente seguiu parado. Queria somente comer um
churrasquinho do gaúcho, tomando minha água mineral com gás e fumando meus
paieiros, mesmo que sozinho, no tão afamado posto. Mas, como todos sabem (ou
deveriam saber...) “Vitória não abre aos domingos”...
Chegando no posto, encontrei uma parada fantasma em beira de
estrada. Dois frentistas sonolentos, nenhum carro, o gerente e um vendedor. E
mais nada. Ontem estava lotado, por conta dum show. Hoje, não se via uma alma
VIVA de fato.
Eis que então entrou o negão, pegando uma bomba de meio
litro de pinga, com sotaque fortíssimo do meu Rio de Janeiro. Prosa vai, prosa
vem, peguei uma breja, a primeira chama a décima, ficamos algumas boas horas
proseando sobre viagens, pé na estrada, rolês na pista, religião, o tudo e o
Nada.
Yuri é seu nome. Meio marroquino, meio brasileiro. Fala
algumas línguas. Quem vê pensa ser um qualquer. Mas, o sangue cigano que corre
em nossas almas bateu bem. Conhece desde Marrocos, até a França. Está com o pé
na estrada há algumas semanas. Quatro dias aqui e ainda não pegou as manhas da
rua. Que me perdoem meus vizinhos, mas capixaba é um povo medroso e ruim de
informação. Nenhuma Ponte da Passagem será mais perigosa que Pavão-Pavãozinho
sem ser morador. Nunca. Nem com UPS, nem com Deus e o Diabo juntos.
Mas, que Allah seja testemunha, aquele homem tem alma cigana.
Exú de frente. Espírito inquieto. Assim
como eu. Andarilho e um vagabundo iluminado. Marca os locais que passa, de
forma imperceptível, p/ saber sempre por onde foi e por onde voltar. Vitória
tem muitas sinalizações urbanas irreconhecíveis p/ quem não conhece o asfalto.
Me sinto mal se vir um muro não pixado por mais de 50 metros.
Mas, ele não é pichador. É um peregrino islâmico. Suas
marcas são sutis e invisíveis a olhos não desvelados. Sabe lutar com faca.
Saudou a faca de combate balinesa, apreendida na rodoviária.
Enfim... Fazia tempo que não escrevia aqui. Meu sangue
cigano nunca cessara, assim como minha alma boêmia. Bebemos o que não tínhamos.
Mas, bebemos, como irmãos.Com um trago e outro no paieiro entre uma prosa e
outra.
Fazia tempo que não encontrava outro caroneiro da pista. Me sinto bem. Hoje
dormireicomo um bebê. As pessoas vão e vêm. Mas, hoje recordei de todos os meus
companheiros ciganos. Me limpou a alma com cerveja e paieiros. Fez meu dia
morto em vivo. Não esquecerei.
Salam Aleykum, camarada!
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
MANIFESTO ESQUIZOPOÉTICO
MANIFESTO
ESQUIZOPOÉTICO
A
homoafetividade se alastra pelos corpos, pelas vestias, pelos tecidos que
transpiram afetos! Existir é pandemônio incessante! Olhem! Meninos que curtem
meninos e meninas que curtem meninas e vice-versa. Amor, carinho, num toque,
num olhar... Tanto quanto os maluquinhos, as psicoses - o que desagrega, sim,
faz bem, reinventa a vida! Logo o escarro expansivo, imoral se faz persistir
ante as cifras de classificação – detalhe, a vida categorizada, matematizada,
números que engedram subjetividades – Pulverizem o numero, o discurso dialético
do cientificismo! Toda essa babaquice pseudoacadêmica. A vida se faz, se refaz.
Vida - espaço onde circulam singularidades, vadias, escorregadias, gozadas pela
porra que cria - elementos que se cruzam e se beijam em orgasmo esplendido!
Valor
de certos discursos, validação de certas perspectivas que se fazem mais certas,
imbuídas por uma vontade de domínio. É
necessário olhos escrupulosos, imorais, Muito Escárnio na ponta da língua!
Reitero! Singularidades oprimidas, constrangidas, onde estão? Procuremos ou
façamos que apareçam! O constrangimento é algo que adoece...
O
QUE É NECESSÁRIO ENTÃO?
O
rompimento com as dicotomias ou com os lugares bem postos, bem instituídos,
deslocamentos produtores de angustia e de indignação. Naturalizados pelo tempo,
na verdade, pelos mecanismos discursivos discretos midiáticos, e os seus
arautos da verdade que conduzem muito bem sua retórica, em sofismas bem
articulados se empenham a defender a verdade da vida, os bons costumes. Avaliar
isso criticamente é avaliar os elementos que constituem todo esse saber sobre
determinado objeto, fenômeno histórico que constitui subjetividades, corpos
assujeitados pelas falas de especialistas, os especialismo do padre, o
especialimo do medico, do psicanalista, enunciações como modelos de uma
representação de certa medida da existência que deve ser defendida com unhas e
dentes. Avaliar é tirar a poeira que cobre a mobília velha que se conserva nos
pensamentos, nos olhares, nos gestos, nos músculos emperdenidos; toda uma
couraça moral que paraliza a vida dos outros e de si mesmo. Mais do que valores
morais, é possível entender o que pode ser possível com valores que afirmam a
vida? Um ética que afirma a existência de particularidades, uma ética que vê o
próprio sujeito como sujeito singular mergulhado numa multiplicidade de caras,
de taras, de corpos. É um exercício filha da puta, mas sei que vale a pena
tentar. Cada tentativa, cada mergulho, é uma aproximar-se mais, um contato com
um recorte do entorno, mas há tantos e tantos ainda por vir! Talvez por
reconhece-los, seja um sinal de saúde, de autosuperação do corpo. Este
atravessado por varias medidas, bombardeado por varias mordidas que tentam
abocanha-lo! Resta alguns caminhos, ou será mordido e devorado, lançado aos
lobos do lucro e perecerá em sua fragilidade deprimente perante tudo, ou como
rocha flexível virá a ser elementos que desconhece e que descobre a cada
instante por pertinácia renitente, por vontade de viver, de respirar, de mastigar,
de fuder e gozar, lançar porra mesmo numa tentativa de experimentação. Ou seja,
entendemos a vida como uma ESQUIZOPOESIA. Uma existência que se faz como corte
e recorte de vários ângulos que surgem de dimensões inesperdas. Um estética
absurda e inaudita da indiferenciação da matéria que se perde constantemente,
sem formas, apenas processos, apenas zonas que se aproximam, que se avizinham.
O caos numa cosmologia torpemente atraente! Convoco todos a experimentarem a
vida num exercício esquizopoético!
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Renascimento
Falo com as estrelas, pois lá estão nossos antepassados.
Não temo a morte, mas sim uma vida mal vivida. Minha mãe teve uma morte suave,
digna de um anjo. O Grande e Eterno Céu Azul irá ouvir meu pranto. Ela
descansará e depois cruzará terras céus e mares. Verá tudo que não viu nessa
vida. Verá tudo que viveu em várias outras. As palavras dela finalmente
surgiram no Céu noturno. Uma forte estrela em meio à escuridão: “Todo velejador
deve saber: nenhuma tempestade dura para sempre. Quando o vento está forte
demais, solte as velas e sente-se ao fundo do barco.”. Nasci para o Mar. Tenho espírito
de Tubarão. Sei bem o que isso significa. “Ka mate, ka mate; Ka ora! Ka
mate, ka mate; Ka ora!”. Eu morro, eu morrerei, eu vivo! É a Morte,
É a Morte; É VIDA! O Sagrado Ciclo, assim como o Sol nasce, o Sol também se
põe. O Eterno Retorno. Do Caos à Ordem, da Ordem ao Caos. O Ohm, que a tudo
unifica e a tudo divide. Mas a cada novo ciclo, as fagulhas que retornam ao
Grande Sol, deixam para trás pequenos fragmentos. E levam consigo outros. Há
vida na morte. A Morte é o sentido da vida. Poucos compreendem a beleza que há
nisso. Eu compreendo. “Ka mate, ka mate; Ka ora! Ka mate, ka mate;
Ka ora!”. Eu morro, eu morrerei, eu vivo! É a Morte, É a Morte; É VIDA!
*Minha mãe faleceu a 16 de Agosto de 2010. Ela faria 63 anos hoje, 18 de Julho de 2012. Data marco da revolução francesa.
*Minha mãe faleceu a 16 de Agosto de 2010. Ela faria 63 anos hoje, 18 de Julho de 2012. Data marco da revolução francesa.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
A Queda da Bastilha
A apatia. Apatia e o raciocínio limpo. Ou talvez não. Só
apatia. Poderia esmagar o crânio de um atendente da Vivo, Oi ou qualquer outra
empresa de telefonia que FHC privatizou e jogou nas mãos da Telefonica. Enquanto
você fica puto com uma em detrimento a outra, eles lucram com promoções falsas
que só promovem a engorda de porcos estrangeiros. Precisamos de um Tito ou de
um Mao Tsé Tung. E um imenso paredão de fuzilamento. Mas, pouco importa. Não
quero os culpados. Quero um bode expiatório. “O chip não está funcionando,
senhor. Deve ser a frequência”. “É mesmo? Freqüencia?” BLAM! “Será que essa
mesa de vidro é realmente resistente?” BLAM! BLAM! BLAM! “Agora a frequência está
sintonizado? Consegue ouvir o sinal num perfeito lá 440hz agora? Não?
Perdoe-me, deve ser o sangue do seu ouvido. Tentemos do outro.” BLAM! Depois
sairia e pediria uma casquinha no balcão do Bobs, logo a frente, enquanto os
seguranças vêm para arrebentarem MEU inocente crânio nos corredores ‘somente
para funcionários’. “Na conta daquele senhor, por favor. E quero uma boa
casquinha, ouviu?”. Apatia. Roubaria a arma de algum policial desatendo,
enquanto espero algemado e mataria o delegado ocupado. Depois um pouco de
roleta russa. Apatia. Trancafiar um homem num manicômio por ele NÃO ter
sentimentos. Sem culpa, sem compaixão. Um perfeito cidadão de bem. Mas seria EU
na camisa de força e choques químicos. Não usam mais eletricidade. Melhor usar
medicamentos importados. Onde está Mao? A sociedade inteira está louca, doente
e apática. Eles que precisam de uma boa dose de selvageria saudável. Mas, jogam
a culpa sempre em algum pobre bode expiatório. E o trancafiam, para não
terminar em alguma esquina pregando o apocalipse e talvez alguém o ouça. Não,
eles precisam da estabilidade doentia que os estagna. E
um bode expiatória por dia. No noticiário da tarde, quando voltarem do trabalho.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Um pouco atrasada... Mas, lá vai.
A Grande espera
Sabe aqueles dias que você passa uma noite horrivelmente
mal dormida no sofá e acorda as quatro da tarde, indo direto para a janela do
quarto para contemplar metade da cidade esperando que seu trago matinal no
paieiro vá salvar sua vida pelo menos mais um dia sem sair pelas ruas querendo
destruir todos os carros passantes culpados de todos os seus infortúnios
aleatórios? Daí você vê um carro tostado na frente do posto, com corpo de
bombeiros, batalhão da polícia militar de trânsito e a merda toda, metade da
frota e um quarto de toda a brigada que faz algo de realmente decente pela
cidade e chega a conclusão de que de fato, seu dia será uma reprodução medonha
da noite insone assistindo um filme típico de um típico policial americano,
velho, alcólatra, divorciado, ranzinza e lacônico – mas que se preocupa com o
mundo inteiro no fundo. E na cena mais típica, quando ele entrega o distintivo
ao superior, resolvi que toda essa repetição típica de insônia televisiva
chegou ao ápice e que ainda preciso ter pelo menos umas três horas de sono
contínuo, virei para o lado e dormi.
E acordo com o carro no posto. Mesmo posto que vou quase
religiosamente pegar um litrão de Itaipava, assistir qualquer coisa esportiva na TV do posto entre
magnatas, vagabundos e trabalhadores de lá. Por mais desgraçado que esteja, um
homem tem que ter suas prioridades!
Cê pode
virar cinco noites seguidas sem trocar de roupa. Tua mulher pode te largar, seu
melhor amigo ter fugido com ela para um cruzeiro, ter sido baleado pelas costas
pelo cunhado enquanto tua sogra te distraia, ter tido uma perna devorada por um
tubarão cabeça-chata a uma milha náutica Rio Amazonas acima ou ter sido
sodomizado por um anão filipino travesti vestido de palhaço junto com um bixo
preguiça depois de ter sido drogado por uma gostosa qualquer e ter acordado no
dia seguinte numa banheira sem um rim. Você tem um dever moral e cívico consigo
mesmo de se levantar da banheira, ir até o posto, pegar o litrão de Itaipava,
tomar como longneck e ainda fazer piada com algum magnata bebedor de Heineken,
dizendo “hei, o meu é maior que o seu”.
De
qualquer forma, creio que minha situação seja um pouco menos grave. Não fui
sodomizado por nenhum anão traveco palhaço, nunca vi um bicho preguiça ou tubarão
vivo, não sei se tenho uma guria e nem se meu possível cunhado já encostou em
alguma arma de fogo. De qualquer forma, uma noite mal dormida de incertezas
mil, a falta de um emprego e a eterna espera que findará com Julho sobre alguma
decisão de qualquer coisa junto com uma ligação de um velho amigo que quer ver
Anderson Silva e Sonen fazendo o circo deles, fingindo que se odeiam fora do
ringue, fingindo que são os melhores artistas marciais do mundo e a emissora
fingindo que aquilo é a luta do século - enquanto Manny Pacquiao ainda está na
ativa e Teófilo Stevenson faleceu há menos de um mês – para garantir a
audiência – me levam ao dever cívico de passar uma noite no posto. Com um
litrão de Itaipava. E não, não estou a cinco dias virado, sem banho e com a
mesma roupa.
Só uma
noite ruim, duas canecas de café pingado, um milhão de tragadas nos cigarros de
palha, uma goiaba do tamanho do meu punho, uma tarde lendo Jack Keruak ao som
de Tom Waits, uma medalha de Santo Antônio junto a uma chave no pescoço e a
ansiosa espera. Ainda hoje Sonen ou Anderson Silva vão sair do octógono numa
maca ou similar. Com sorte Spider vai arrancar um pedaço da orelha do Sonen com
uma mordida. Mas, creio que não se fazem mais Tysons como antigamente...
A noite
cai, o velho amigo desmarca o encontro para ver a luta com o cunhado. Espero
que a sogra não o distraia... Ainda assim, um bom banho, mais um paieiro, um
anel para cada dedo (ainda me faltam conseguir mais dois), bomber da Infraero
bandeira da Jamaica no peito, camisa de treino do goleiro do Mengão – vinda
direto das mãos de Júlio César para algum amigo meu que era gordo e se tornou
obeso e me passou adiante – chapéu xadrez - que não é xadrez de fato - de minha
falecida mãe, calças de lã do mesmo “xadrez” e bainha italiana esgarçada, tênis
xadrez – de verdade - de skatista – que nunca fui - papo furado com frentistas,
sintonização e recepção de notícias da rádio-pião sobre o carro queimado a
tarde, trocas de cumprimentos de duplo sentido, seguranças ainda desconhecidos,
brutamontes desconfiados com minha gentileza e todos os cumprimentos e “buenas”
e “Noite!’s”, ser chamado de Senhor pelo Bigode – que não tem bigode e também
se chama Cabeleira e é careca” – Itaipava na mão, churrasquinho mal passado do
Gaúcho que não é gaúcho, mesa e cadeiras altas. E a espera continua. A “Grande
luta”. Ninguém quer perder. Grande piada... Mas um homem deve manter suas
prioridades!
Ok,
chegada a hora. Três litrões, nenhum churrasquinho e nada das lutas antes de
duas da manhã. Assisti uma luta de boxe. O gringo de calção preto ganhou todos
os rounds. Venceu por K.O.. Se tivesse apostado teria ganho. Antes de entrarem
no ringue. Já sabia o resultado. Não apostei. Não vi a “Grande luta”. Não houve
vítimas no incêndio do carro.
Ok,
replay da Globo, Galvão falando merda como sempre... Primeira luta que vejo. Um
korea contra um brazuca. Vitória para o brazuca. Feia e rápida. Vergonha para
os dois. “arte”... Céus, Mas Oyama deve estar revirando no túmulo. Ele e Vovô
Gracie.
Começa
a “Grande Luta”. O “brasileiro” SPIDER deixou a família em LA... Entrou com
camisa do Corinthians, mas foi criado em Curitiba. O ufanismo chega ao ápice
pela narrativa da Globo, com breve erro de oito horas para declarar que a luta era "ao vivo". Sinto que se não gritar “Heil Silva!” com o braço
esticado, posso ser preso pela ABIN a qualquer minuto. Menos de dois minutos de
luta e não aguento mais. Luta de chão. Feia. Se quiser ver luta de chão,
assisto campeonato de jiujitsu. Se quiser ver sangue, vou fazer trabalho
voluntário em hospital. O Sonen dominou o primeiro round. Para bem ou para mal,
ele sabia o que fazia.
Segundo
round. Um escorregão bisonho. Sonen vai ao chão. Silva acerta uma joelhada
duvidosa e dá dois socos. Dois. Para quem disse que ía desfigurar o oponente,
esperava pelo menos uns trinta e a tropa de choque do exército egípcio tendo de
apartar p/ o juiz conseguir dar a vitória. Mas, dois socos, Silva se levanta,
já se fazendo de campeão. Não deveria esperar a avaliação técnica? Sonen
pareceu bem inteiro. Acho que aguentaria pelo menos o fim do round. UFC é uma
farsa. Nenhuma orelha arrancada. Vitória por K.O.
Enquanto
isso, um boxeador americano ganhou sua 35 luta por K.O. de 36 lutas...
Extremamente técnico, luta bonita. E duvido que alguém aqui saiba sequer o nome
dele... Eu não sei.
Enfim,
nada demais, para bem ou para mal. Somente a piada com um magnata bebedor de
Heineken, na fila para o banheiro. “A minha é maior que a sua!”. Óbvio que me
referia a longneck...
Amanhã
há de ser outro dia.
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