Aleijões pós-modernos.
Orgãos frágeis se amontoam em restos de corpos adocicados que um dia deveriam ser homens e mulheres com sangue - onde agora corre somente soro ligeiramente ferruginoso. Transitam como manadas de gado que se entrecruzam, indo e vindo assustados. Me evitam, me olham com estranhamento e horror. Minhas cicatrizes mostram onde estive, minhas escoriações provam meus feitos. Meus breves aleijões espontâneos, eternamente repetidos, me distingüe. Para bem ou para mal, pouco importa! Nenhum tabu pós-moderno irá me docilizar. Nenhum sofrimento alheio é suficiente para me dobrar. Nenhuma mágoa contém minhas explosões e rompantes furiosamente maníacos. Manco hoje, escouceio amanhã novamente. E novamente e novamente e novamente...
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