quarta-feira, 24 de outubro de 2012

MANIFESTO ESQUIZOPOÉTICO



MANIFESTO ESQUIZOPOÉTICO

A homoafetividade se alastra pelos corpos, pelas vestias, pelos tecidos que transpiram afetos! Existir é pandemônio incessante! Olhem! Meninos que curtem meninos e meninas que curtem meninas e vice-versa. Amor, carinho, num toque, num olhar... Tanto quanto os maluquinhos, as psicoses - o que desagrega, sim, faz bem, reinventa a vida! Logo o escarro expansivo, imoral se faz persistir ante as cifras de classificação – detalhe, a vida categorizada, matematizada, números que engedram subjetividades – Pulverizem o numero, o discurso dialético do cientificismo! Toda essa babaquice pseudoacadêmica. A vida se faz, se refaz. Vida - espaço onde circulam singularidades, vadias, escorregadias, gozadas pela porra que cria - elementos que se cruzam e se beijam em orgasmo esplendido!
Valor de certos discursos, validação de certas perspectivas que se fazem mais certas, imbuídas por uma vontade de domínio.  É necessário olhos escrupulosos, imorais, Muito Escárnio na ponta da língua! Reitero! Singularidades oprimidas, constrangidas, onde estão? Procuremos ou façamos que apareçam! O constrangimento é algo que adoece...
                                          
O QUE É NECESSÁRIO ENTÃO?

O rompimento com as dicotomias ou com os lugares bem postos, bem instituídos, deslocamentos produtores de angustia e de indignação. Naturalizados pelo tempo, na verdade, pelos mecanismos discursivos discretos midiáticos, e os seus arautos da verdade que conduzem muito bem sua retórica, em sofismas bem articulados se empenham a defender a verdade da vida, os bons costumes. Avaliar isso criticamente é avaliar os elementos que constituem todo esse saber sobre determinado objeto, fenômeno histórico que constitui subjetividades, corpos assujeitados pelas falas de especialistas, os especialismo do padre, o especialimo do medico, do psicanalista, enunciações como modelos de uma representação de certa medida da existência que deve ser defendida com unhas e dentes. Avaliar é tirar a poeira que cobre a mobília velha que se conserva nos pensamentos, nos olhares, nos gestos, nos músculos emperdenidos; toda uma couraça moral que paraliza a vida dos outros e de si mesmo. Mais do que valores morais, é possível entender o que pode ser possível com valores que afirmam a vida? Um ética que afirma a existência de particularidades, uma ética que vê o próprio sujeito como sujeito singular mergulhado numa multiplicidade de caras, de taras, de corpos. É um exercício filha da puta, mas sei que vale a pena tentar. Cada tentativa, cada mergulho, é uma aproximar-se mais, um contato com um recorte do entorno, mas há tantos e tantos ainda por vir! Talvez por reconhece-los, seja um sinal de saúde, de autosuperação do corpo. Este atravessado por varias medidas, bombardeado por varias mordidas que tentam abocanha-lo! Resta alguns caminhos, ou será mordido e devorado, lançado aos lobos do lucro e perecerá em sua fragilidade deprimente perante tudo, ou como rocha flexível virá a ser elementos que desconhece e que descobre a cada instante por pertinácia renitente, por vontade de viver, de respirar, de mastigar, de fuder e gozar, lançar porra mesmo numa tentativa de experimentação. Ou seja, entendemos a vida como uma ESQUIZOPOESIA. Uma existência que se faz como corte e recorte de vários ângulos que surgem de dimensões inesperdas. Um estética absurda e inaudita da indiferenciação da matéria que se perde constantemente, sem formas, apenas processos, apenas zonas que se aproximam, que se avizinham. O caos numa cosmologia torpemente atraente! Convoco todos a experimentarem a vida num exercício esquizopoético!


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